O Lugar da compreensão na família

A compreensão é o elo, a ponte que une as gerações. Resolve os conflitos que naturalmente surgem, o produto do ponto de vista de gerações diferentes que vivem dentro do mesmo lar.Entendemos que o lar feliz é caracterizado por uma compreensão mútua entre os membros da família. Ela acompanha o crescimento, o amadurecimento de todos os membros da família durante a vida toda. Não parte somente dos pais em direção aos filhos. Antes, é uma experiência nos dois sentidos; é um esforço mútuo. Os esposos entre si, um compreendendo e ajudando o outro. O casal acompanhando bem de perto o crescimento e o desenvolvimento dos filhos, empenhando-se em discernir o que se passa em cada fase destas vidas que lhe são tão preciosas. Os filhos, por sua vez, acompanham e procuram compreender o que se passa na vida de seus pais e de seus irmãos.Vejamos alguns exemplos que facilitam a compreensão mútua:1.Reconhecer todos os familiares como indivíduos A atitude certa para com um nem sempre o é para com o outro. Há pais que são tentados a tratar todos os filhos da mesma maneira. Mas cada membro da família é um indivíduo. Na medida que conhecermos a cada um, saberemos melhor tratá-lo e como manter com ele um relacionamento sadio, feliz.2.Permitir uma expressão sincera, autêntica dos sentimentosTodos precisamos expressar nossos sentimentos ? os positivos e os negativos. Precisamos de alguém a quem falar de nossos receios, zangas, medos; repartir o que se passa em nossos corações. Os filhos precisam aprender dos pais maneiras positivas e construtivas de expressar seus sentimentos verdadeiros, do coração, no convívio do lar.3.Ouvir com atenção os outrosEsta atitude complementa a segunda. Liberdade de falar implica em ter alguém para ouvir. Precisamos ouvir o que a pessoa fala para respondermos no contexto de sua necessidade.4.Aceitar cada membro da família como éE não como gostaríamos que fosse. Deus nos ama assim como somos e temos que aceitar e amar os outros como são.5.Não julgar os membros da famíliaO julgamento distancia as pessoas e impede que haja um bom relacionamento. Podemos chegar a certas conclusões a respeito da situação. Todavia não nos compete julgar o valor da pessoa.6.Permitir a auto-determinaçãoPodemos ajudar nas decisões importantes, porém cada um tem o direito de resolver o que é melhor e certo para si.7.Guardar confidênciasQuando há esta confiança entre os membros da família, há liberdade em repartir os sonhos, os problemas, as mais profundas esperanças em todas as áreas da vida. O cultivo destas atitudes por todos os membros da família ajudará a criar um clima que a compreensão entre todos seja muito facilitada.Compreendendo e ajudando nas horas de crisePara os chineses, crise é sinônimo de oportunidade. De fato, cada crise apresenta uma encruzilhada da vida ? implica numa decisão. Ou havemos de prosseguir, crescer, tomar uma decisão certa, ou definhar, perder o rumo certo de nossas vidas.Ninguém consegue fazer sempre escolhas acertadas. Muitas vezes é possível retornar ao ponto de partida e recomeçar tudo. Contudo, nem sempre é assim. Se acontecer de ser, às vezes, uma decisão de menos importância, outras são das mais importantes da vida. O reconhecimento do erro e o acerto do caminho trazem sofrimento. No que pese em que muitas vezes outras pessoas sofrem por causa de nossas decisões erradas, convém buscar sempre, e em primeiro lugar, a direção de Deus em todas as decisões de nossa vida.Nosso crescimento e desenvolvimento processam-se através das soluções que damos às crises em nossa vida. Cada faixa de idade apresenta crises que lhe são peculiares. Nossa capacidade de reconhecê-las e compreender os desafios próprios a cada uma é de grande importância para um bom relacionamento. Em Tiago 1:2-4 encontramos um modo de interpretar as crises da vida que muito abençoou e ajudou os cristãos do primeiro século. Uma fé inabalável em Deus, em seus propósitos para nossas vidas, é essencial para quem procura interpretar as crises e os desafios de sua própria vida, e da vida dos outros, à luz da vontade de Deus para cada um.A função da pessoa que compreendePrimeiro, a pessoa que compreende é como uma ponte sobre águas turbulentas. Ela se torna um meio de ligação entre dois partidos separados, distanciados, em desentendimento. No lar, na igreja, na sociedade o filho de Deus é, ou deve ser, esta pessoa sensível às necessidades, às crises, aos desafios pelos quais os outros passam. Torna-se um pacificador ? o crente identificado como um verdadeiro filho de Deus (Mt 5.9).Segundo, atua como um elo de compreensão entre duas pessoas ou grupos de pessoas, como mediador que trará a paz, pondo fim a um desentendimento, um atrito. É a figura do pacificador no sentido horizontal.Jesus é o pacificador por excelência. Efésios 2:14 diz: ?Ele é a nossa paz?. De dois povos ? judeus e gentios ? criou um novo, derrubando a parede de separação e ligando todos a Deus pela sua cruz. Assim também nós somos chamados a um ministério de reconciliação ? entre os homens e Deus.E aqui está a terceira atuação do filho de Deus ? exercer um sacerdócio cristão. Pedro disse: ?Vós sois... sacerdócio real? (I Pe 2:9). É o pacificador no sentido vertical ? é o ministério da oração intercessória; são pais que oram pelos filhos, filhos que oram pelos pais, e cônjuges que oram um pelo o outro. São crentes amadurecidos que levam os atritos entre pessoas e grupos na igreja local a Deus. É alguém que, pela intercessão e pela intervenção de Deus, consegue uma reconciliação.Cristo é o nosso Sumo Sacerdote. É Ele quem ?está à direita de Deus, e também intercede por nós? (Rm 8:34). Na terra, homens e mulheres em quem o Espírito de Deus vive e reina, exercem um outro sacerdócio entre homem e Deus. O sacerdote é, antes de tudo, um mediador.Em Hebreus 4:14-16 somos incentivados a levar a Deus, em oração, nossas angústias, dores, aspirações espirituais, contando com a mediação de Jesus, o Sumo Sacerdote, que nos compreende, que ?em tudo foi tentado, mas sem pecado?. O fato de Ele nos conhecer e nos compreender aumenta a nossa confiança nEle.Da mesma maneira, as famílias que são unidas há a confiança de que seus membros compreendem-se mutuamente. Um escritor descrevendo as famílias de nossos dias, disse que são como navios que se cruzam nas caladas da noite. Não conversam entre si, não se conhecem, não se dão, não repartem as frustrações do dia-a-dia, nem as angústias, nem as vitórias. Não se conhecem... e por isso, não se compreendem.Deus quer que o Seu povo seja um povo compreensivo. A compreensão e o amor cristão em ação. Que o Senhor nos ajude a sermos verdadeiros filhos Seus atuando como pacificadores no mundo em que vivemos.

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