SHANA TOVA - Uma avaliação da vida (II Tm 1.3-7)


Estamos chegando ao final de mais um ano de vida. Certamente, todos nós temos muitas histórias para contar acerca desse ano que se passou. Alguns dentre nós se casaram; outros tiveram filhos; uns passaram no vestibular; outros se formaram na escola; uns começaram a namorar; outros terminaram namoros; uns retornaram para a igreja; outros enfraqueceram na fé; uns voltaram a estudar; outros abandonaram os estudos. Enfim, muitas coisas aconteceram nesse ano para todos nós. Contudo, como muitos de nós não avaliamos a nossa vida durante o ano, agora, é importante fazermos uma avaliação. Diante de todas as vitórias e derrotas, ganhos e perdas, recomeços e desistências, como eu devo avaliar a minha vida? Paulo, ao escrever a sua segunda carta a Timóteo apresentou alguns critérios que devemos observar ao avaliarmos a nossa vida. Essa é uma carta bastante pessoal do apóstolo Paulo. Ele a escreveu de uma prisão em Roma. Quando ele escreveu essa carta, dando algumas orientações para Timóteo, ele já era uma pessoa bastante experiente: ele já havia realizado muitas viagens, pregado o evangelho em diversas cidades, estabelecido várias igrejas, sofrido incontáveis perseguições, conquistado inúmeras vitórias, passado por diversas desilusões e desenvolvido muitos relacionamentos. Nesse momento, já no final da vida, ele oferece algumas orientações a Timóteo, seu filho na fé.Timóteo era um jovem cristão que estava debaixo de muitas pressões. A cidade onde ele vivia era extremamente corrompida. Em meio a tantas festas, orgias e tentações, ele estava lutando para manter-se puro. Além dessa luta, situação e pressão externa, Timóteo sofria com algumas questões dentro da própria igreja. Havia na igreja onde ele pastoreava pessoas com diversos problemas: cristãos preocupados com debates e discussões, outros distorcendo o evangelho, pessoas envolvidas com o pecado, homens seduzindo mulheres e ainda cristãos abandonando a fé. Toda essa situação estava deixando Timóteo confuso e com vontade de desistir da caminhada cristã.Por isso, Paulo com a sua experiência de vários anos de serviço a Cristo no evangelho escreveu essa carta a Timóteo. Nessa carta, ele chama Timóteo a olhar para trás e avaliar a vida. Em 2 Timóteo 1.3-7, ele escreve: ?Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha alegria seja completa. Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita em você. Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio?.Nesse texto, Paulo apresenta alguns critérios através dos quais Timóteo e também nós devemos avaliar a nossa vida.1.Devemos avaliar a nossa vida lembrando-nos das pessoas que estão conosco.O primeiro critério através do qual nós devemos avaliar a nossa vida é o critério dos relacionamentos. Devemos olhar para as nossas vidas, hoje, e nos recordar dos relacionamentos que desenvolvemos durante esse ano. Paulo enfatiza essa questão dos relacionamentos ao iniciar a sua carta dizendo: ?Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me de você, noite e dia, em minhas orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo para que a minha alegria seja completa? (II Tm 1.3,4). A um Timóteo que estava confuso e desanimado, achando-se esquecido e abandonado, Paulo diz: ?Eu sempre me lembro de você em minhas orações! Estou com muitas saudades de você. Desejo muito vê-lo novamente?. Paulo leva Timóteo a avaliar a vida não segundo as conquistas ministeriais, financeiras, intelectuais ou sociais. Mas Paulo chama Timóteo para avaliar a sua vida segundo a solidez do relacionamento que ambos desenvolveram durante a caminhada da vida. Era um relacionamento tão profundo que Paulo diz: ?Timóteo, eu oro por você todos os dias. Eu tenho saudades de você e desejo muito ir vê-lo?.O que mais importa na vida de uma pessoa não é o ministério, os resultados do trabalho, as conquistas financeiras ou as promoções na sociedade. O que mais importa são os relacionamentos que ela construiu durante a sua vida. Os relacionamentos são mais importantes que as posições sociais, o dinheiro, a vaidade e o conhecimento. A história está repleta de relatos de pessoas que foram ricas, bonitas, inteligentes, famosas e que, no final da vida, ao fazerem uma avaliação, reconheceram que foram extremamente infelizes e solitárias.Por isso, nesse final de ano eu preciso me perguntar: como foram os meus relacionamentos? Eu semeei relacionamentos? Eu consegui desenvolver relacionamentos saudáveis? Eu me envolvi com pessoas de bem? Os meus relacionamentos são duradouros ou superficiais? Eles são sólidos ou passageiros? As pessoas que estiveram comigo durante esse ano e que estão comigo agora são pessoas confiáveis? São pessoas com as quais eu posso contar? Como eu chego nesse final de ano no tocante aos meus relacionamentos?2.Devemos avaliar a nossa vida lembrando-nos da história da nossa fé.Mais à frente, Paulo apresenta um outro critério que devemos utilizar para avaliar a nossa própria vida. Timóteo estava passando por um momento extremamente difícil. A sua fé e vida com Deus estavam sendo confrontadas pelas pessoas e pelos padrões do mundo. Esse confronto estava trazendo bastante inquietação para Timóteo. Por isso, Paulo o chama para avaliar a vida segundo a história da sua fé. Paulo diz: ?Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em você? (II Tm 1.5).Paulo encoraja Timóteo a voltar os olhos para a história da sua fé. Timóteo precisava se lembrar de que não havia crido em Deus, impulsionado pela emoção, e, nem para impressionar qualquer tipo de pessoa. Ele não havia crido para ganhar alguns pontos com os outros que estavam se convertendo. Ele não estava entrando na moda de conversão. A fé de Timóteo, assim como a fé de sua avó e sua mãe, sempre foi, desde o início, uma fé não fingida, uma fé sincera, franca, transparente e verdadeira. E a história da nossa fé é mais um critério que devemos usar para avaliar a nossa vida nesse final de ano. Nesse momento, ao avaliar a minha vida, eu percebo que: a minha fé aumentou ou diminuiu? Está mais sólida ou enfraqueceu? Recebeu bons ou maus estímulos? Cresceu ou diminuiu, dependendo das pessoas com quem eu andei?3.Devemos avaliar a nossa vida lembrando-nos da solidez da nossa vocaçãoPor fim, Paulo chama Timóteo a avaliar a vida, lembrando-se da solidez da sua vocação. Ele escreve: ?Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio? (II Tm 1.6,7)Timóteo precisava se lembrar de que ele havia sido chamado por Deus para cumprir um propósito específico, pois a vida dele seria avaliada a partir do cumprimento ou não dessa vocação. E, da mesma maneira, nós todos também seremos avaliados segundo a nossa vocação. Por isso, nesse momento, eu preciso me perguntar: Eu consegui sustentar o meu chamado? Eu enterrei os meus talentos? Eu abandonei a minha vocação? Eu desisti do ministério? Eu consegui perseverar, mesmo em meio às lutas? Diante de todos esses critérios, como está a minha vida?

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